quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O olhar de uma criança


Tem algo diferente no olhar de uma criança. É um brilho,uma luz, alguma coisa que simplesmente não posso explicar.
Numa das minhas idas e vindas para Petrópolis, fazia muito frio. Estava na rodoviária,esperando o ônibus de volta pra casa. Cansada, com frio, com sono,frustrada porque metade do que tinha planejado para aquele dia não tinha dado certo. De repente comecei a pensar nas contas que tinha para pagar nos próximos dias e talvez o dinheiro não desse; me lembrei de um amigo que estava com problemas e eu queria ajudar mas não podia; me senti impotente. Pensei numa amiga que havia falecido naquela semana e me senti culpada pois, por mais que me sentisse profundamente triste, ainda não tinha conseguido chorar sua morte.
os pensamentos começaram a rodar na minha cabeça e me perdi neles. Esqueci até que estava na rodoviária e nem notei que um papel tinha caído da minha mochila. Continuei por muito tempo vagando em meus pensamentos egoístas, pensando só em mim, no quanto eu era incompetente por ser tão nova e não conseguir resolver metade dos meus problemas. Gastei um bom tempo preocupada com meu próprio sofrimento(que nem é tão grande assim,comparado com muitas outras pessoas).
Alguns minutos antes do meu ônibus chegar, um menino de mais ou menos um 5 anos se aproximou de mim pegou o papel caído no chão, abriu, olhou (nem sei se ele sabe ler) e me entregou. Ele era baixinho,mulato,com uns olhos verdes que eu nunca tinha visto iguais. "Moça, acho que isto é seu!". Peguei e agradeci. Ele olhou bem no fundo dos meus olhos e sorriu.
Quando ele se foi, abri o papel. Ainda desconsertada com o olhar daquela criança, li o bilhete de uma amiga; muito antigo, já amarelado pois estava guardado na carteira e dizia: "Amiga, você é muito especial para mim!"
Apenas chorei.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

They're dead!!!


As grandes lendas da música estão mortas! Elvis Presley,Frank Sinatra, James Brown e agora Michael Jackson! Vejo muitos nomes promissores na música,mas nunca nenhum chegará aos pés desses. Nem na voz, nem na criatividade para compor,para dançar,produzir,inspirar...

Há pouco tempo atrás ouvi uma notícia que me deixou meio chocada. Não pela gravidade do assunto(nem é tão grave assim),mas pela prepotência do personagem. Um cantor americano(não vou citar o nome), disse que será o novo rei do pop! Que primeiro foi Elvis, o tempo de Elvis passou,veio Michael Jackson, MJ morreu, e ele se sente na obrigação de ocupar o cargo de novo rei do pop. Se acha o único capaz para assumir esse posto

Um músico que precisa se autoafirmar como novo rei do pop é muito fraco! Tão incapaz que já que o público não dá esse título pra ele, ele mesmo veste a coroa.

Podem falar o que quiserem. O cara era bizarro? Sim, mas por culpa das circustâncias que ele viveu! Mas seu talento era indiscutível.
Vítima de um pai psicopata que abusou fisica e mentalmente de uma criança, vitima dos seus próprios demonios,passou a vida toda em busca de libertação! E nem agora,depois de morto,não o deixam descansar e receber a sentença divina.
MJ está morto desde 25 de julho. E AINDA NÃO FOI ENTERRADO!! Isso é simplesmente absurdo! Transformar a morte num espetáculo é ainda mais bizarro do que o próprio MJ!

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Será

Eu nem vou falar nada:

domingo, 21 de junho de 2009

Passado o susto inicial da notícia;passado o calor da emoção, a indignação e a revolta, nada melhor que um barzinho com os amigos jornalistas para relaxar. Bom papo, boa música...eu realmente precisava disso (mas isso é só um detalhe pra abrir o post mais descontraído!)!

A raiva (ou qualquer outro tipo de sentimento) não é nunca boa conselheira na hora de tomar decisões. Claro que às vezes somos levados a agir por impulso e na maioria dos casos "damos com os burros n'água" e quando passa o sentimento e voltamos à razão, pensamos: "Putz! Pq eu fiz aquilo? Se tivesse pensado melhor teria feito de outro jeito!" Quando vemos o nosso erro e consertamos, e nos policiamos para não comete-los novamente, à isso chamamos AMADURECER. Crescemos como pessoas e felizes são aquelas que aprendem com seus próprios erros e aprendem a crescer cada vez mais.
Admito que quando recebi a notícia do fim da obrigatoriedade do (meu tão sonhado) diploma de jornalista, senti um misto de medo, revolta, desanimo. Quis quebrar o Congresso,o Senado, o Palácio do Planalto, jogar uma pedra na cabeça do ministro Gilmar Mendes (mas essa vontade é minha e de milhões de brasileiros, cada um com seus motivos). Surgiram várias ideias de passeatas, piquetes e manifestações. Me senti na época do Impeachment do Collor( era muito pequena pra lembras,mas imagino como tenha sido). Mas ao conversar com jornalistas mais experientes, me senti mais calma porque meus olhos foram abertos para algo que já tinha percebido,mas não podia enxergar por causa do estresse: O MERCADO VAI FAZER A SELEÇÃO NATURAL. Se o diploma de jornalista não é mais obrigatório, qualquer pessoa se sentirá no direito (e terá esse direito) de exercer a profissão,mas sem o conhecimento técnico dos termos e atividades jornalísticas, esse "profissional" não conseguirá se manter no trabalho e será engolido por aqueles que dominam e estão mais capacitados. Talento só não é o suficiente para garantir um emprego. Começo a pensar que isso vai ser bom pra nós. Vai haver uma peneira e só sobreviverão os mais fortes, os mais capacitados, e eu serei um deles!

Hoje só tenho ainda mais vontade de terminar meu curso(falta pouco, muito pouco) e ser uma excelente profissional. Fazer valer os quatro anos que passei nos bancos da faculdade e provar que O MEU DIPLOMA TEM VALOR. Concorrência? Disputa acirrada? Sempre existiu e sempre vai existir. Quem vai garantir a minha vaga, vai ser o meu canudo; vai provar que eu tenho a técnica necessária para exercer um cargo tão "perigoso" (a palavra tem mais poder do que se imagina). Temos o direito e devemos fazer sim manifestações, protestos para mostrar ao mundo a força que nós temos, mostrar que não estamos parados e que não somos cordeirinhos que aceitam qualquer ordem sem lutar pela nossos direitos,mas maior impacto vai ser a nossa competência no futuro. A maior vitória vai ser provada através do nosso trabalho que não vai morrer!

Aquele pedaço de papel, aquele canudo,pode não ser obrigatório,mas vai refoçar o meu valor como profissional e vai estampar o orgulho que tenho de ser JORNALISTA POR FORMAÇÃO!

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Post enorme de revolta


Criei este blog em março do ano passado. Estava super empolgada, escrevi o primeiro texto...e nunca mais voltei. Ninguém leu meu texto. Nenhuma vizualização do meu blog. Confesso que me senti rejeitada. É claro que nenhuma mídia, seja ela qual for, já começa com recorde de acessos e vizualizações já no primeiro dia; mas me senti mal com isso. Abandonei o blog...até esqueci que tinha criado.
Ontem, enquanto esperava a hora do ônibus de volta da faculdade, fui até o laboratório de informática, onde já estavam meus amigos, Gustavo e Gabriel(não, eles não são uma dupla sertaneja). Estava pesquisando alguma coisa na net, quando o rosto do Gustavo simplesmente ficou pálido. Ele tinha acabado de ler esta manchete no G1: "Gilmar Mendes vota pelo fim da exigência de diploma para jornalista".
Ficamos chocados, estarrecidos, desanimados,assustados. O tão sonhado diploma, que lutamos há quatro anos para conquistar, não vai mais valer de nada! Resumidamente, o excelentíssimo presidente do STF(Supremo Tribunal Federal) "A formação específica em cursos de jornalismos não é meio idôneo para evitar eventuais riscos à coletividade ou danos a terceiros”, palavras do próprio ministro.
No meu (pouco) entedimento, o minsitro e todos os outros que o acompanham nesta ideia(foram oito votos contra um), eles tem medo da força que a mídia tem diante do povo. Acabando com a exigência de uma formação específica de jornalista, qualquer um que tenha uma escrita "melhorzinha" (ou não) vai poder escrever para qualquer veículo.
Agora, uma coisa eu pergunto: EU REALMENTE PASSEI QUATRO ANOS DA MINHA VIDA, SONHANDO COM ALGO QUE AGORA, NA RETA FINAL, NÃO VAI MAIS VALER DE NADA?
Segundo o dicionário Michaelis, diploma é um "Título ou documento oficial com que se confere um cargo, dignidade, mercê ou privilégio". Um pedaço de papel? Sim, concordo. Mas um pedaço de papel que confirma o tempo que eu passei ralando e sofrendo para chegar onde cheguei. Acho injusto com os calouros que estão começando agora, cheios de sonhos...com os veteranos que estão saindo da faculdade agora(como eu) e esperam um emprego descente.
Mas não quero ser pessimista. Quero crer que na hora de disputar o mercado, os nossos empregadores vão dar valor a quem tem o conhecimento técnico necessário para ser um bom profissional e não aquele que tem muitas ideias e boas amizades dentro do estabelecimento!!!
O que vamos fazer para reverter essa situação e voltarmos a ser valorizados como devemos? Ficar quietos é o que não podemos. Se eles estão fazendo isso por medo, então temos que usar e abusar das nossas principais armas que são a caneta e o papel(ou para os mais modernos rsrs, o computador)! Vamos botar a boca no mundo e fazer valer os nossos direitos!

Abaixo, os e-mails dos ministros que votaram contra nossos diplomas. Vamos lotar a caixa de emails deles.
Carmem Lúcia: anavt@stf.gov.br
Ricardo Lewandowski: gabinete-lewandowski@stf.gov.br
Carlos Ayres Britto: gcarlosbritto@stf.gov.br
Cezar Peluso: carlak@stf.gov.br
Celso de Mello : mcelso@stf.gov.br
O CHEFE DA QUADRILHA: GILMAR MENDES: mgilmar@stf.gov.br

O único a votar contra essa "cambada", Marco Aurélio Mello disse que qualquer profissão é passível de erro, mas que o exercício do jornalismo implica uma “salvaguarda”. “Penso que o jornalista deve ter uma formação básica que viabilize sua atividade profissional, que repercute na vida do cidadão em geral”. Então, merece um email de agradecimento por acreditar em nós: marcoaurelio@stf.gov.br

Por enquanto é só. Vamos aguardar os próximos capítulos dessa novela! Isso ainda vai render.....
Bjs e me twitta